Cruzes Processionais
Cruz processional
Ref. 850 (Romolo Picoli)
Desenhado pelo artista plástico Romolo Picoli Ronchetti.
Material: ferro, latão e madeira.
Altura: 240 cm.
Considerações do artista:
CRISTO PROFETA, SACERDOTE E REI
No Cristianismo nascente, as imagens da Cruz e da Ressurreição do Senhor são indissociáveis, tanto na literatura quanto na Arte (consequentemente na Liturgia).
As primeiras representações da Cruz na Arte Cristã, não tem o Cristo, é uma cruz ornada de pedras preciosas, indicando a vitória da Ressurreição e a realeza de Cristo (importantes exemplares são: as ampolas da Terra Santa de Monza e Bobbio; Mausoléu de Galla Placidia, em Ravena; mosaico absidal da Basílica de Santa Pudenziana, em Roma).
Quando o Cristo começa a ser representado na Cruz, essa representação não é feita de forma realística ressaltando a dor e o sofrimento, mas de forma simbólica, já anunciando a vitória sobre a Morte: Ele é representado com vestes (clara alusão ao sacerdócio de Cristo elucidado na Carta aos Hebreus), com os olhos abertos e em alguns casos, com uma coroa na cabeça, indicando a sua realeza (importantes exemplares são: iluminura do Códice de Rabbulaa, do século VI; a Cruz de Teodolinda, ou cruz peitoral do Papa Gregório I, do século VII; o Crucificado da Capela de Teodoto, na Basílica de Santa Maria Antiqua, do século VIII; iluminura do saltério de Chludov, do século IX; o “Volto Santo” di Lucca, século IX; “Volto Santo” di Sansepolcro, século IX).
O sacerdócio e a realeza de Cristo encontram-se no sinal paradoxal da cruz:
“É precisamente oferecendo-se a si mesmo no sacrifício de expiação que Jesus se torna o Rei Universal, como Ele mesmo declarará ao aparecer aos Apóstolos depois da Ressurreição: ‘Foi-me dado todo o poder no céu e na terra’(Mateus 28, 18)”. Bento XVI, Angelus, 22 de novembro de 2009.
Nesta Cruz processional, o Cristo é representado claramente com uma casula, veste litúrgica do sacerdote no rito latino; tem uma coroa simples na cabeça, indicando que seu trono é a Cruz e que seu “poder” como Rei, é o de dar a Vida Eterna, de derrotar o domínio da Morte e superar a infinita distância instaurada entre a Humanidade e Deus; seus olhos estão abertos, tornando presente sua vitória sobre a Morte.